Conheça melhor a terapia do esquema emocional e como pode ser aplicada
15 de Fevereiro de 2022
As emoções estão relacionadas a objetivos e valores pessoais, e a terapia do esquema emocional (EST) propõe que uma consequência inevitável de uma vida significativa inclui a ocorrência de emoções dolorosas.
Os esquemas emocionais também envolvem estratégias sobre se uma emoção deve ser regulada, eliminada ou intensificada, se é possível expressar uma emoção e ser validado, a crença do indivíduo na necessidade de suprimi-la ou eliminá-la e tentativas de lidar com ela recorrendo a uma gama de estratégias.
Essas estratégias podem ser desadaptativas - ruminação, preocupação, evitação, fuga, abuso de substâncias, compulsão alimentar, purgação e culpa - ou podem ser adaptativas - incluindo reestruturação cognitiva da situação, aceitação da emoção e do acontecimento, resolução de problemas, ativação comportamental, autocompaixão e outras estratégias mais úteis.
As estratégias de enfretamento escolhidas pelo sujeito estão ligadas às crenças sobre a emoção. Por exemplo, se ele tem uma crença negativa sobre sua ansiedade (que vai durar indefinidamente e sair do controle), é provável que use estratégias de enfrentamento problemáticas, como evitação, abuso de substâncias, compulsão alimentar e purgação ou outras respostas inúteis.
Em contrapartida, se a pessoa acredita que suas emoções não são perigosas e que tendem a moderar por conta própria, essas estratégias problemáticas de regulação emocional provavelmente serão menos usadas.
Assim, a teoria da emoção envolve modelos de mudança que, uma vez provocados, podem aumentar ou diminuir a emoção indesejada. Por exemplo, a crença de que a emoção atual de um indivíduo é determinada pela maneira como sua mãe falava com ele quando ele tinha cinco anos de idade dificultará que perceba que mudar sua avaliação da situação atual pode fazer alguma diferença.
IDENTIFICAÇÃO
A terapia do esquema emocional ajuda o paciente a identificar essas estratégias de enfrentamento enquanto examina as possíveis consequências negativas decorrentes. Embora ele possa acreditar que essas estratégias ajudam a resolver a questão da emoção, o terapeuta pode ajudá-lo a reconhecer que essas soluções são parte do problema (a solução é o problema).
Cada estratégia mal-adaptativa pode ser avaliada em termos de custos e benefícios para o indivíduo, tanto de curto, quanto de longo prazo. Pode haver, por exemplo, benefícios de curto prazo na redução da excitação emocional e recorrendo-se ao uso álcool para se acalmar, mas os custos de longo prazo pode ser depressão, culpa, perda de conexão com os outros e ansiedade recorrente.
Além disso, o uso de estratégias mal-adaptativas, como uso indevido de substâncias, confirma as ideias de que é necessário se livrar da emoção, de que esta não pode ser aceita e de que outras técnicas (não experimentadas) são fúteis.
O terapeuta pode ajudar o paciente a reconhecer que a avaliação da experiência emocional fundamenta a crença de que essas estratégias de enfrentamento são necessárias.
Também pode sugerir que modificar as avaliações negativas sobre as emoções pode ajudar a mudar as estratégias de controle de emoções problemáticas e, assim, sugerir estratégias alternativas adaptativas.
LIVRO
Em seu livro "Terapia do esquema emocional", o psicólogo norte-americano Robert Leahy oferece uma visão geral e concisa de como esse modelo da psicologia ajuda as pessoas a lidarem com emoções difíceis e descreve 15 aspectos teóricos e 15 técnicas práticas.
Essencial para psicólogos, psiquiatras, psicoterapeutas e todos que desejam saber mais sobre o papel das emoções e da regulação emocional, a obra integra a série "Características distintivas". Publicada pela Sinopsys Editora, a coleção reúne os mais importantes clínicos e teóricos das principais abordagens entre as terapias cognitivo-comportamentais (TCCs).