Regulação emocional é essencial ao desenvolvimento infantil
28 de Novembro de 2024
A regulação emocional é essencial ao desenvolvimento infantil saudável. Trata-se da habilidade de evitar colocar uma alta carga emocional, principalmente negativa, sobre um evento, uma pessoa ou circunstância, facilitando a resolução de problemas.
Em outras palavras, é a capacidade do ser humano de identificar e compreender as próprias emoções, buscando enxergar as situações da forma como elas realmente são, sem deixar que o afetem de maneira intensa e prejudicial.
Sendo assim, é importante que tal habilidade seja incentivada desde cedo na infância para que não haja comprometimentos no funcionamento cognitivo e psicossocial da criança e consequentes repercussões na adolescência e na vida adulta.
Consequências da desregulação
Por sua vez, a desregulação emocional pode ser definida como a dificuldade ou inabilidade de lidar com as experiências ou processar as emoções. Manifesta-se como intensificação excessiva ou desativação excessiva das emoções.
Essa alta sensibilidade aos mínimos estímulos adversos do dia a dia, as reações negativas e a dificuldade de retornar ao equilíbrio trazem graves consequências para a saúde física e mental.
Entre os resultados negativos, constam dificuldades de relacionamento interpessoal, queda na funcionalidade, mudanças de comportamento, irritabilidade, volatilidade, pensamentos automáticos de caráter depreciativo e falta de motivação.
Já entre os transtornos mentais que podem surgir, estão os da personalidade, alimentares, ansiedade e depressão. A dependência química pode ser outra consequência.
Ferramenta
Muitas crianças podem crescer aprendendo que sentir a emoção tristeza é algo ruim ou sinônimo de fraqueza. Em sessões psicoterapêuticas, é comum pacientes adultos falarem que não tiveram a oportunidade de aprender na infância sobre suas emoções e a validá-las. Em muitos casos, são ensinados desde cedo a engolirem o choro e a não terem o direito de se sentirem tristes quando algo os afeta.
O livro "O menino que brigou com a tristeza", de autoria das psicólogas Thaís Maryane Rodrigues de Oliveira e Ana Carla Gameleira e publicado pela Sinopsys Editora, é, portanto, um recurso preventivo. De forma lúdica, incentiva o diálogo e a identificação de crenças distorcidas que os pequenos podem ter sobre sentir tristeza e, a partir dela, acolherem e lidarem também com outras emoções desconfortáveis.
Para uso clínico e familiar com crianças a partir dos 4 anos, mostra que todas as emoções, mesmo as desagradáveis, têm uma função importante e que é preciso acolhê-las, validá-las e se relacionar com elas de forma saudável e assertiva.