Psicologia da saúde e suas possibilidades de atuação
23 de Dezembro de 2021
A psicologia da saúde é a área da psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos para avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir problemas físicos, mentais ou qualquer outro relevante para os processos de saúde e doença.
Assentada no modelo biopsicossocial, o que torna de suma importância à equipe multiprofissional, tem como objetivo trabalhar com promoção, prevenção e educação para saúde, intervindo junto à população, buscando melhoria na qualidade de vida das pessoas.
A psicologia da saúde já é consolidada internacionalmente e vem conquistando seu espaço em território nacional. Historicamente, a Associação Americana de Psicologia (APA) foi a primeira entidade de psicólogos a criar um grupo de trabalho na área da saúde em 1970.
Na América Latina, o primeiro encontro de profissionais da psicologia da saúde ocorreu em 1984, em Cuba, e foi um marco propulsor para o avanço e o reconhecimento da área. A partir de então, foi constituída a Associação Latino-Americana de Psicologia da Saúde (Alapsa), que reúne diversos países latino-americanos, entre eles, o Brasil.
FUNÇÕES
As funções dos profissionais de psicologia da saúde estão se expandindo à medida que o campo amadurece. A maioria trabalha em hospitais, clínicas e departamentos acadêmicos de faculdades e universidades, onde podem fornecer ajuda direta e indireta aos pacientes.
Na atuação clínica, podem fornecer atendimento para pacientes com dificuldades de ajustamento à condição de doente, como, por exemplo, na redução da depressão e ansiedade.
Podem, ainda, ensinar aos pacientes métodos psicológicos para ajudá-los a manejar ou gerir os problemas de saúde, como aprender a controlar as condições de dor.
Por sua vez, a intervenção em centros de saúde e hospitais leva em consideração uma tripla dimensão de intervenção: os pacientes, seus familiares e os profissionais de saúde.
Outros campos de atuação em psicologia da saúde englobam prestação de cuidados de saúde na atenção básica e de média complexidade, unidades de internação hospitalar (alta complexidade), serviços de saúde mental, unidades de dor, oncologia, serviços de saúde pública, serviços de saúde ocupacional, consultas de combate ao tabagismo, serviços de reabilitação e outros.
HOSPITALAR
No Brasil, como os primeiros movimentos mais consistentes da área de psicologia da saúde foram em hospitais, criou-se um modelo de atuação muito difundido: a psicologia hospitalar.
Algumas pesquisas têm inclusive identificado o país como um dos pioneiros na construção dessa especialidade, que agrega os conhecimentos da psicologia para aplicá-los às situações especiais que envolvem os processos doença-internação-tratamento permeados por uma complexa relação determinada pela tríade enfermo-família-equipe de saúde.
Portanto não se trata de simplesmente transpor o modelo clássico de trabalho psicológico e psicoterapêutico desenvolvido no consultório para o hospital, mas do desenvolvimento de teorias e técnicas específicas para a atenção às pessoas hospitalizadas.
Dessa maneira, a psicologia hospitalar desenvolve atividades em diferentes níveis de tratamento, tendo como sua principal tarefa a avaliação e o acompanhamento de intercorrências psíquicas dos pacientes que estão ou serão submetidos a procedimentos médicos, visando a promoção e/ou a recuperação da saúde física e mental.