Dicas para elaborar um bom estudo de caso em psicologia
11 de Agosto de 2023
A elaboração do estudo de caso em psicologia requer do profissional da área uma investigação aprofundada do paciente na busca da compreensão e do auxílio no enfrentamento de suas queixas e seus transtornos.
Por causa de sua característica multifacetada, o estudo de caso muitas vezes lança luz sobre aspectos do pensamento e comportamento humano que seriam pouco éticos ou impraticáveis de se estudar de outras formas.
Trata-se de uma maneira importante para ilustrar teorias que podem ajudar a mostrar como diferentes aspectos da vida de uma pessoa estão relacionados entre si.
FONTES DE INFORMAÇÃO
Entre as fontes de informação às quais o psicólogo recorre para fazer um estudo de caso, estão relatos da rotina diária e de eventos pelo paciente, entrevistas com o indivíduo e pessoas que o conhecem, diários, notas pessoais e documentos oficiais, como avaliações e relatórios clínicos.
A maior parte dessa informação geralmente é qualitativa, ou seja, descrição verbal em vez de medição, mas o psicólogo também pode recolher dados numéricos para auxiliá-lo na elaboração do estudo de caso.
No entanto, uma investigação que se debruça apenas sobre os aspectos mensuráveis do comportamento humano não é suscetível de fornecer uma perspectiva da dimensão subjetiva da experiência.
Por outro lado, a análise de dados qualitativos depende da interpretação que o profissional da psicologia coloca sobre as informações que adquire. Por isso, a importância de não abrir espaço para preconceitos que possam interferir na avaliação adequada do significado dos dados.
PASSOS
Alguns passos podem ser seguidos na elaboração do estudo de caso. O primeiro é escrever uma descrição do paciente, o que inclui informações recolhidas sobre dados demográficos, nível de educação, convívio familiar e ocupação.
O segundo passo engloba explicar a razão pela qual o indivíduo buscou a psicoterapia e detalhar as circunstâncias do problema apresentado, tais como questões profissionais, estresses pessoais, conflitos no relacionamento, revivência de dificuldades do passado ou alguma dependência.
Já o terceiro passo é listar sintomas cognitivos, emocionais, físicos e comportamentais, tais como ansiedade, depressão, fadiga, afastamento, obsessões, compulsões, raiva, mudanças de hábitos alimentares, disfunção sexual e hiperatividade.
SESSÕES
O relato das sessões de terapia é o quarto passo, o que inclui o registro de atitudes, falas, comportamentos, estados emocionais e de humor do paciente durante a terapia e ao discutir determinados temas.
A descrição de como terapeuta e paciente interagem durante as sessões psicoterapêuticas e a evolução desse relacionamento terapêutico é o quinto passo na elaboração do estudo de caso.
O sexto passo diz respeito à descrição da abordagem teórica, de técnicas e exercícios utilizados pelo terapeuta no tratamento do paciente e ao detalhamento de resultados tanto positivos quanto negativos observados no processo.
E por fim, a elaboração do estudo de caso envolve uma conclusão que descreva os efeitos da psicoterapia e o resultado final das sessões sobre os resultados obtidos.