DBT - Terapia Comportamental Dialética: O que é e qual sua importância
22 de Março de 2021
A DBT (Terapia Comportamental Dialética) é considerada a abordagem mais efetiva para o tratamento de pacientes com TPL (Transtorno de Personalidade Limítrofe).
Do inglês Dialectical Behavior Therapy, é uma terapia estruturada de primeira linha para pessoas com alta desregulação emocional, comportamentos autolesivos e condutas suicidas, características do TPL.
Uma variação da TCC (Terapia Comportamental Cognitiva) tradicional com elementos de aceitação e atenção plena, a DBT também tem se mostrado eficaz no tratamento de outros transtornos. Entre eles, transtorno de humor bipolar, transtorno alimentar, por uso de substâncias e outras adições, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
O objetivo principal da DBT (Terapia Comportamental Dialética) é que o paciente aprenda a regular a emotividade extrema e seus impulsos, reduzindo os comportamentos disfuncionais dependentes do estado de humor. Ele também aprende a confiar e a validar suas próprias experiências, emoções, pensamentos e comportamentos.
TÉCNICAS COMBINADAS
A Terapia Comportamental Dialética foi desenvolvida a partir da década de 1970 pela psicóloga, professora e escritora norte-americana Marsha Linehan.
Doutora em Psicologia da Personalidade Social e Experimental, ela leva nos braços as cicatrizes de queimaduras e cortes como provas da própria superação da doença, que quase a levou à morte por suicídio.
A DBT combina técnicas de terapia comportamental, filosofia dialética e com princípios de aceitação da realidade derivados do zen-budismo (do qual Marsha é praticante e mestre).
DIFERENCIAL
Como diferencial diante de outros programas cognitivo-comportamentais, a DBT é uma intervenção fundamentada em princípios terapêuticos e não em um manual de tratamento.
Baseia-se em uma hierarquia de metas terapêuticas estabelecidas a partir de sua importância: solucionar os comportamentos suicidas e parassuicidas; mudar os comportamentos que interferem no curso da terapia; eliminar os comportamentos que afetam a qualidade de vida; e desenvolver as habilidades comportamentais que ajudam a alcançar o bem-estar.
Essa estrutura possibilita uma abordagem flexível em função das necessidades de cada paciente. Além disso, faz referência à mudança no enfoque da intervenção.
INTERVENÇÕES
A DBT engloba o tratamento individual, o treinamento de habilidades (individual ou em grupo), coaching entre sessões e a consultoria de equipe, voltada aos terapeutas.
A terapia individual tende a ser diretiva e baseada no aqui e agora, buscando abordar os problemas adaptativos do paciente. A atenção prioritária é dada a comportamentos suicidas e autodestrutivos e, depois, a comportamentos que interfiram na própria terapia. Na sequência, vêm assuntos ligados à qualidade de vida do paciente e à sua melhora.
Na fase final da DBT, é dada atenção à intervenção no trauma psicológico e à promoção do autorrespeito. Para alguns pacientes, é necessário encontrar um sentido mais profundo para a sua existência. Nesses casos, a terapia contempla a abordagem de assuntos como viver uma vida com sentido e aspectos espirituais, particularmente o sentimento de pertencimento ao universo.
MÓDULOS
Para a baixa autoeficácia, existe o Módulo de Mindfulness, ou práticas de atenção plena, que instrui nas habilidades de observar, descrever e participar sem julgamento, buscando efetividade, utilizando um conceito da DBT chamado mente sábia.
Para a vulnerabilidade emocional, o Módulo de Regulação Emocional auxilia a reconhecer, nomear e compreender as emoções, bem como a modificar respostas emocionais e o manejo de emoções extremas.
Já para os comportamentos impulsivos, o Módulo de Tolerância ao Mal-Estar da DBT ensina habilidades de tolerância e sobrevivência a crises.
Por fim, para os problemas nos relacionamentos, o Módulo de Efetividade Interpessoal ensina o paciente como conquistar seus objetivos nas relações, mantendo o autorrespeito, assim como a cultivar relações que sejam saudáveis e cessar as que não são.