Constelação familiar: qual o posicionamento do CFP? - Sinopsys Editora
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Constelação familiar: qual o posicionamento do CFP?

Constelação familiar: qual o posicionamento do CFP?

03 de Agosto de 2023

O uso da constelação familiar é tema da nota técnica nº 1/2023 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicada em março. O posicionamento busca responder a demandas recebidas pelos conselhos regionais (CRPs) quanto ao exercício profissional da categoria.


A constelação familiar vem sendo cada vez mais difundida na mídia, nas redes sociais e outros espaços como um método terapêutico com poder de cura de traumas e problemas de diversas ordens que atingem indivíduos, famílias, empresas, entre outros.


Baseia-se em conceitos que, muitas vezes, são associados a teorias e técnicas utilizadas pelo campo da psicologia. Consequentemente, profissionais da área vêm paulatinamente se apropriando de teorias e técnicas do método e o associando a serviços psicológicos.


O tema, no entanto, é objeto de preocupação do Sistema Conselhos de Psicologia, que, pela Lei nº 5.766/1971, tem função de “orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de psicólogo e zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe”.


Sendo assim, a nota técnica nº 1/2023 foi elaborada por um grupo de trabalho instituído no âmbito da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) composto por representantes do CFP e dos CRPs das cinco regiões.



Para além do DSM



INCONGRUÊNCIAS


De acordo com o documento, a partir da análise dos fundamentos teóricos da constelação familiar, há incongruências éticas e de conduta profissional no seu uso enquanto método ou técnica da psicologia.


Entre as incompatibilidades citadas, consta que a sessão de constelação familiar pode suscitar a abrupta emergência de estados de sofrimento ou desorganização psíquica e que o método não abarca conhecimento técnico suficiente para o manejo desses estados — o que conflita com a previsão do Código de Ética Profissional do Psicólogo.


A nota pontua, ainda, que a constelação familiar é utilizada muitas vezes com a transmissão aberta das sessões grupais e individuais, até mesmo on-line — conduta incompatível com o sigilo profissional.



INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA


O documento também afirma que as bases teóricas da constelação familiar consagram uma leitura acerca do lugar da infância e da juventude fortemente marcada por um viés afeito à naturalização da ausência de direitos e de assujeitamento diante dos genitores, desrespeitando normativas do Sistema Conselhos de Psicologia e o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).


Ainda registra que o método vai contra as diretrizes normativas sobre gênero e sexualidade consolidadas pelo CFP, reproduzindo conceitos patologizantes das identidades de gênero, orientações sexuais, masculinidades e feminilidades que fogem ao padrão das relações familiares e sociais.


Acesse a nota técnica na íntegra clicando aqui.



Manual de gênero e sexualidade na psicoterapia: fundamentos teóricos e intervenções clínicas



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Tags

Código de Ética Profissional do Psicólogo, Conselho Federal de Psicologia, CFP, constelação familiar, conduta profissional, ética profissional

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