Aaron Beck e sua revolução nos estudos da saúde mental - Sinopsys Editora
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Aaron Beck e sua revolução nos estudos da saúde mental

Aaron Beck e sua revolução nos estudos da saúde mental

17 de Julho de 2024

O psiquiatra Aaron Temkin Beck completaria 103 anos neste 18 de julho. Considerado o pai da terapia cognitiva, pela qual recebeu o Prêmio Lasker, e da terapia cognitivo-comportamental (TCC), ele foi responsável por uma revolução nos estudos relacionados à saúde mental a partir da década de 1960. E contribuiu notavelmente para o mundo da psicoterapia até seu falecimento em 2021, inspirando toda uma geração de pensadores e pesquisadores.


Beck nasceu em Providence, Rhode Island, Estados Unidos, filho mais novo de um casal de judeus imigrantes da Rússia. Estudou na Brown University, graduando-se em ciência política e inglês no ano de 1942. Posteriormente, em 1946, se formou em medicina na Yale Medical School, New Haven, Connecticut.


Após sua formação, passou a lecionar psiquiatria na Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, onde começou uma pesquisa clínica acerca da depressão. O seu estudo foi focado, principalmente, no tratamento do transtorno, período em que passou a questionar o processo exclusivamente medicamentoso.


Ele acreditava que a doença estava relacionada a visões negativas e que não condiziam com a realidade. Assim, desafiando gigantes da psicologia como a psicanálise, elaborou a sua teoria após notar que as metodologias até então empregadas não apresentavam a eficácia esperada no tratamento da depressão.


Distorções cognitivas


Beck passou a entender que, em vez de trabalhar os sintomas desses pacientes, os seus pensamentos distorcidos é que deveriam ser tratados. A base da terapia cognitiva é justamente evitar que as pessoas revivam continuamente seus traumas experienciados e os problemas enfrentados na infância.


A premissa é fazer com que o paciente compreenda a forma como o que foi vivido anteriormente permanece afetando e gerando reflexos sobre seus pensamentos e comportamentos.


Seu raciocínio tinha como elemento básico a ideia de que os indivíduos em depressão sofriam pela própria interpretação que tinham a respeito das situações que vivenciavam, e não somente pelos atos. Ou seja, grande parte da dor estava relacionada à importância e ao sentido dados aos acontecimentos e não aos acontecimentos em si.


Beck considerou, então, que o papel do psicoterapeuta era auxiliar os pacientes na identificação das suas crenças distorcidas de modo a modificá-las. O propósito era conhecer os esquemas cognitivos empregados com o intuito de alterá-los e diminuir a rigidez.


Reestruturação


Tal processo é entendido como uma reestruturação cognitiva, a qual permite que as pessoas mudem sua maneira de avaliar e de interpretar, no plano subjetivo, o que acontece ao seu redor.


Em suma, a abordagem age na modificação dos padrões de pensamentos, transformando os negativos em saudáveis. Não é preciso que o paciente tratado necessariamente identifique as razões por trás desses padrões, mas, sim, que seja capaz de reconhecer e compreender esse processo cognitivo, impedindo a formação desse tipo de pensamento.


Escalas


Beck também é responsável pela criação de diversas escalas, como a Escala de Depressão de Beck (BDI) e da Escala de Ansiedade de Beck (BAI), instrumentos até hoje amplamente utilizados para mensuração de sintomas depressivos e de ansiedade.


E fundou, junto com sua filha Judith Beck, psicóloga, o Beck Institute, na Filadélfia. Sem fins lucrativos, tem como missão disseminar os conceitos relativos à terapia cognitiva e à TCC por todo o mundo com o objetivo de melhorar a vida das pessoas.


Livro


No livro ‘Terapia cognitiva de Beck’, é apresentado um relato conciso da história pessoal e profissional do psiquiatra norte-americano. O autor, Frank Wills, examina a contribuição de Beck para a compreensão das psicopatologias e explora suas dicas sobre os métodos de tratamento, além de pontuar as diferenças do pensamento de Beck das outras abordagens da TCC.


A obra faz parte da coleção ‘Características distintivas’, da Sinopsys Editora, que convida os mais importantes clínicos e teóricos das principais terapias entre as terapias cognitivo-comportamentais a destacarem as características fundamentais e distintivas das abordagens que utilizam.


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Tags

Aaron Beck, terapia cognitiva, terapia cognitivo-comportamental, TCC, reestruturação cognitiva, distorções cognitivas, crenças, psicoterapia, saúde mental, características distintivas

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