A terapia de casal com base na terapia cognitivo-comportamental
12 de Janeiro de 2022
A terapia de casal com base na terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ser usada na busca de um relacionamento mais funcional. Isso é possível a partir da compreensão de pensamentos, crenças e expectativas que um cônjuge tem em relação ao outro.
Para a TCC, as distorções cognitivas das pessoas sobre a realidade são responsáveis por suas reações emocionais, fisiológicas e comportamentais disfuncionais e têm papel importante na origem dos transtornos psicológicos.
Sendo assim, essa abordagem tem uma intervenção direta e efetiva na identificação e intervenção para modificar os pensamentos prejudiciais. O objetivo é que os indivíduos passem a interpretar a vida de modo mais realista.
Portanto a meta da terapia cognitivo-comportamental no atendimento a casais é, depois de identificar esses padrões de pensamento e comportamento, ajudar os pacientes a reestruturarem suas cognições e construírem novas estratégias para lidar com os conflitos no relacionamento.
Além de perceberem o que pensam e sentem em relação ao outro, ambos podem aprender competências essenciais para um cotidiano mais saudável. É o caso do treino de habilidades sociais, em que desenvolvem qualidades como empatia e comunicação mais efetiva.
DESAFIO
Trabalhar com casais pode ser um desafio, principalmente quando não se sabe que direção se deve seguir no tratamento. A ideia é que não existe uma "receita de bolo" para o atendimento clínico. Cada relação é única, particular e tem seu próprio modo de funcionamento.
A TCC é um modelo psicológico baseado em evidências que tem sido aplicado a uma diversidade de problemáticas, contextos e públicos, entre eles, os casais, com seus diferentes formatos orientações sexuais.
A compreensão teórica sobre essa abordagem tem favorecido a construção de recursos importantes para o atendimento aos casais.
Além da criação de escalas, inventários e questionários, o desenvolvimento de ferramentas, como os baralhos, têm contribuído para uma prática mais interativa, psicoeducativa e de avaliação multimodal com esse público.
Ao avaliar o caso em termos cognitivo-comportamentais, o terapeuta consegue traçar um planejamento da intervenção baseado nas evidências já encontradas na literatura. A conceitualização cognitiva do casal é uma das ferramentas que auxiliam nesse processo de tomada de decisão. A partir dela, o terapeuta define as técnicas e os recursos que utilizará nas etapas da intervenção.
HISTÓRIA
A terapia cognitivo-comportamental começou a ser aplicada a casais a partir dos estudos do psicólogo norte-americano Albert Ellis e colaboradores na década de 1960. Ele considerava que as crenças distorcidas influenciavam a dinâmica conjugal, resultando em problemas na relação.
Contudo, antes disso, os terapeutas comportamentais utilizavam princípios da aprendizagem para a compreensão e a intervenção nos problemas dos relacionamentos conjugais.
Os estudos sobre a teoria da aprendizagem também serviram como fundamento para as intervenções em TCC com casais, principalmente no que diz respeito ao papel das interações conjugais nos problemas.
A premissa inicial da terapia cognitivo-comportamental para casais compreendia que a parceria precisava desenvolver habilidades para reestruturar as suas próprias crenças para que, enfim, houvesse uma comunicação e a resolução de problemas de forma saudável no relacionamento.
Esse modelo, à medida que foi sendo aplicado, reuniu evidências e expandiu a sua compreensão, havendo hoje diversos estudos que endossam a sua validade.