TCC: diferenças entre a terapia individual e a terapia de casal

Uma das modalidades da terapia cognitivo-comportamental (TCC) é o atendimento individual. Requer que o terapeuta avalie diversas áreas de vida do paciente, seja familiar, social, profissional, educacional, religiosa, econômica, pessoal, de saúde e autoconceito.

Os objetivos da terapia individual na TCC são compreender o funcionamento global do indivíduo e conceituar seus problemas, dificuldades, sintomas e potencialidades para então desenvolver um plano de tratamento personalizado para cada paciente.

Por isso, as primeiras sessões de psicoterapia têm foco na avaliação inicial e no levantamento das principais dificuldades e metas da pessoa.

Posteriormente, têm início efetivamente as sessões de intervenção com foco em diminuir os sintomas e sofrimento do sujeito, aumentar seu bem-estar e suas habilidades de enfrentamento e resolução de problemas.

As sessões de psicoterapia individual são adequadas às necessidades de cada um, tais como faixa etária e necessidades especiais. Ela é mais indicada quando a pessoa busca um atendimento personalizado para suas demandas.

Por sua vez, a terapia de casal na abordagem da TCC é um processo terapêutico no qual duas pessoas que compartilham uma história decidem buscar ajuda quando percebem algum problema que, a priori, diz respeito à forma como o casal se relaciona.

Em tese, há uma dinâmica adoecida percebida pelos cônjuges e que os leva a buscar um profissional da área da psicologia para ajudar a ampliar o olhar de ambos sobre as questões nas quais estão muito envolvidos para lidarem sozinhos.

A fim de auxiliar o trabalho dos terapeutas de casais para que possam compreender a dinâmica relacional, bem como a vivência dos casais que pretendem melhorar a qualidade dos seus relacionamentos, o psicólogo Bruno Luiz Avelino Cardoso criou o "Baralho da conceitualização cognitiva para casais - Avaliação, psicoeducação e planejamento da intervenção".

A ferramenta consiste em várias cartas sobre áreas essenciais, tais como processamento cognitivo, estratégias de enfrentamento, questões relacionadas a consequências negativas, eventos ativadores, memórias estressoras e distorções cognitivas.

Há também vários recursos psicoeducativos essenciais para ajudar os casais a examinarem seus processos de pensamento e comportamento e a utilizar as técnicas que aprendem durante a terapia.

O baralho funciona como um plano de ação que pode ser divertido e envolvente ao mesmo tempo, norteando os casais que estão dispostos a solucionar as dificuldades dos seus relacionamentos. Ele também serve como uma estratégia prática e delimita etapas em direção às intervenções voltadas à promoção de mudanças.

As cartas foram construídas com base na conceitualização cognitiva que os cônjuges desenvolvem sobre o que os faz permanecerem numa troca disfuncional - e permeada de impasses - com foco em questões de história de vida, pensamentos, crenças, esquemas e expectativas irrealistas sobre seu relacionamento.

As estratégias de enfrentamento apresentadas são particularmente úteis para oferecer aos cônjuges ferramentas com base nas quais podem regular seus comportamentos e emoções, bem como suas cognições disfuncionais.