Parassonias na infância: quando os pesadelos são constantes

Quando uma criança não dorme bem, toda a família não descansa. Ainda se fala pouco sobre os transtornos do sono ou parassonias, que são frequentes na infância e interferem na qualidade de vida dos pequenos e, consequentemente, de seus pais/responsáveis. Um deles é o transtorno do pesadelo.

A origem dos pesadelos em crianças frequentemente está atrelada às experiências vivenciadas durante o dia que deixam impressões fortes ou provocam medo. O cérebro armazena as vivências diurnas e, por vezes, elas ressurgem sob a forma de sonhos ruins.

Fatores como o excesso de cansaço, falta de uma soneca da tarde e um dia cheio de agitação também podem contribuir para a ocorrência de sonhos perturbadores.

Um aspecto peculiar na infância é a dificuldade em distinguir os sonhos da realidade. Se a criança assiste a um desenho com elementos que assustam antes de dormir, por exemplo, é provável que tenha pesadelos relacionados.

Indicativo

Embora os sonhos positivos sejam mais frequentes do que os negativos, 20% a 30% das crianças de 5 a 12 anos experimentam pesadelos pelo menos uma vez a cada seis meses segundo dados da Academia Brasileira do Sono (ABS).

Nesse contexto, é importante diferenciar episódios isolados de padrões recorrentes. Quando os pesadelos se tornam uma constante, pode ser um indicativo de que algo não vai bem.

Conflitos familiares, mudanças de vida, estresse, ansiedade, medos específicos, privação de sono, apneia, entre outras causas, podem estar influenciando o bem-estar da criança.

Para que seja possível melhorar a qualidade do sono em todas as idades, é preciso levar em conta dois fatores independentemente da presença da parassonia: rotina e higiene do sono.

Crianças precisam de rotina para terem previsibilidade, para saber que terão suas necessidades atendidas, se sentirem mais seguras e até para dormir. Não precisa ser nada rígido, pontual, mas ter um horário em média para cada coisa.

E a higiene do sono diz respeito a cuidar de fatores que influenciam na hora de dormir e podem dar mais qualidade ao descanso. Esses cuidados não devem ocorrer apenas na hora de dormir, mas sim ao longo do dia.

Lançamento

O livro infantil ‘Tenho pesadelo, que desespero!’, de autoria da psicóloga Jucieli Oliveira Gomes e da pediatra Cristiane Fumo dos Santos, conta a história de Lili, que começa a ter sonhos ruins com muita frequência.

Em pouco tempo, a menina e seus pais ficam exaustos por não conseguirem dormir direito. É necessária a ajuda de uma pediatra para eles descobrirem que se trata de uma parassonia.

Publicada pela Sinopsys Editora, a obra tem uma linguagem acessível para auxiliar na compreensão do transtorno do pesadelo. Para uso clínico e familiar com crianças de 4 a 10 anos, ajuda a reduzir os sonhos ruins por meio de mudanças comportamentais e na rotina, o que inclui a higiene do sono.