Qual a importância da anamnese na infância e adolescência?
27 de Maio de 2022
A anamnese geralmente é a primeira entrevista de um processo de avaliação psicológica ou de um tratamento psicoterapêutico com crianças e adolescentes.
Trata-se da coleta de informações aprofundadas sobre o paciente com foco principal em aspectos históricos, do desenvolvimento e dos motivos que o levam ao tratamento, sendo essa etapa fundamental para o planejamento do tratamento.
A anamnese faz parte das entrevistas iniciais, e é recomendado que ela seja feita nos primeiros encontros com os pais ou responsáveis pela criança ou adolescente. É nesse primeiro contato que as primeiras hipóteses, levantadas no momento do encaminhamento, são confirmadas ou refutadas.
Nesse sentido, o vínculo estabelecido nos primeiros contatos tem um importante papel, uma vez que é fundamental estabelecer uma relação colaborativa, empática e de confiança para que os temas de interesse (muitas vezes delicados) para o andamento da avaliação ou psicoterapia possam emergir.
ORIGEM
Anamnese é uma palavra de origem grega composta por aná, que significa o ato de trazer à mente, lembrar, e pela raiz mnesis, que significa recordar, fazer lembrar. Portanto significa trazer à consciência os fatos relacionados à queixa e à história do indivíduo.
O objetivo primordial é o levantamento detalhado da história de desenvolvimento de uma pessoa, principalmente na infância. Sendo assim, a anamnese busca estabelecer relações entre a história de vida do paciente e a queixa ou o motivo de busca apresentado.
Enquanto técnica de entrevista, a anamnese pode ser feita de forma cronológica, para uma compreensão global da vida do sujeito, levando em consideração o objetivo da anamnese, o motivo da busca de atendimento e a demanda em questão.
CONTEXTO
Ao tratar-se de crianças e adolescentes, é crucial fazer as entrevistas levando-se em consideração seu contexto temporal e ambiental.
Na anamnese com crianças e adolescentes, a investigação da história pré e perinatal e a compreensão dos aspectos do desenvolvimento infantil são centrais para a compreensão do caso.
Uma história clínica bem-estruturada deve conter dados de identificação do paciente e dos pais, o motivo da consulta, a caracterização das relações familiares, os eventos de vida significativos, vivência de situações traumáticas, atividades realizadas em família, dificuldades dos pais nas práticas educativas, dados da gestação, do parto e do desenvolvimento.
LIVRO
A clínica da infância e adolescência possui suas peculiaridades por acompanhar pessoas em desenvolvimento e cujos desfechos dependerão da precisão diagnóstica e diagnósticos precoces, do bom entendimento dos sintomas e da evolução dos mesmos. Tais fatores são fundamentais para um melhor prognóstico e entendimento dos casos.
O livro "Transtornos psicopatológicos na infância e na adolescência", organizado pela psicóloga Luciana Tisser e publicado pela Sinopsys Editora, pretende ser um guia teórico para pensar diretrizes diagnósticas das psicopatologias contemporâneas.
Escrito por psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos e fonoaudiólogos dedicados à infância e à adolescência, consiste em uma atualização dos transtornos mentais mais prevalentes na infância e na adolescência de acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5).