Psicoterapia com adolescentes: transtornos de ansiedade
02 de Novembro de 2022
Na psicoterapia com adolescentes, os transtornos de ansiedade figuram entre os distúrbios emocionais mais frequentes e deteriorantes que afetam esse público. Estima-se que 11% dos jovens sofram de algum TA.
O transtorno de pânico com ou sem agorafobia (TPA), por exemplo, costuma aparecer no fim da adolescência, entre 15 e 19 anos de idade, e se caracteriza por crises de angústia ou de pânico e pelo temor de situações em que tais crises possam ocorrer.
O mal-estar costuma ser acompanhado por sintomas como taquicardia, enjoo, vertigem, sudorese, tremor, disfunção gastrintestinal, formigamento etc.
A crise de angústia causa intenso sofrimento e incerteza, gerando uma afecção global em diversas áreas de desempenho, especialmente se combinada com estratégias evitativas dirigidas a regular o mal-estar.
Os jovens que sofrem de transtorno de pânico com ou sem agorafobia costumam temer, por exemplo, entrar na escola, na sala de aula e no ônibus escolar.
TRATAMENTO
Para tratar o TPA na psicoterapia com adolescentes, pesquisadores comprovaram a eficácia do chamado tratamento de controle do pânico-adolescentes (TCP-A), que geralmente utiliza 12 sessões voltadas a questionar as cognições catastróficas e a compreender a resposta da hiperventilação e as reações condicionadas às sensações físicas.
Seus componentes são a psicoeducação, a reestruturação cognitiva e a exposição interoceptiva e in vivo. Além disso, os pais são incluídos para facilitar a modelagem participante e a expressão de aprovação e de reforço social.
A abordagem dos objetivos do tratamento, dividido em diferentes etapas, está em sintonia com a terapia cognitiva modular.
Isso permite aos terapeutas utilizarem as intervenções de uma maneira mais flexível e de acordo com as necessidades atuais do paciente em vez de se apegarem estritamente a um protocolo de tratamento completo ao longo de todo o processo.
LITERATURA
A partir de exemplos clínicos e comentários explicativos, o livro “Sessões de psicoterapia com crianças e adolescentes: erros e acertos” aborda os momentos fundamentais da terapia com o público infantojuvenil: admissão, entrevistas iniciais, intervenção terapêutica e encerramento.
Organizada por Eduardo Bunge, Mariano Scandar, Francisco Musich e Gabriela Carrea e publicada pela Sinopsys Editora, a obra também apresenta os procedimentos para os transtornos habituais nessas faixas etárias: de ansiedade, do humor e problemas de conduta.
Em suas páginas, nota-se que diversos problemas e desafios são inevitáveis na complexa clínica infantojuvenil e que a criatividade e a flexibilidade do profissional são chaves para a resolução de problemas.
Nesse sentido, ao ilustrar com clareza e precisão a interação entre técnica e processo, o livro alcança o objetivo de compartilhar com o leitor o ingrediente humano imprescindível para se colocar em prática as terapias baseadas em evidências.