Memória: da lembrança ao esquecimento - Sinopsys Editora
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Memória: da lembrança ao esquecimento

Memória: da lembrança ao esquecimento

21 de Dezembro de 2022

A memória é responsável, acima de tudo, por armazenar a identidade do indivíduo, que se reconhece na sua própria experiência.


Embora utilizem abordagens diferentes, pesquisadores e filósofos têm em comum o objetivo de estudar a habilidade de acessar fluentemente informações adquiridas em um certo período de tempo, sejam elas relacionadas à sensação de identidade (memórias autobiográficas) ou não.


ÁREAS


O conjunto de memórias que cada indivíduo armazena pode ser compreendido em duas grandes áreas: memórias declarativas (ou explícitas) e memórias não declarativas (ou inconscientes).

As memórias declarativas são aquelas que as pessoas conseguem recuperar conscientemente, como fatos e conhecimentos em geral (memória semântica) e eventos vivenciados pessoalmente (memória episódica), incluindo as memórias autobiográficas.

Já as memórias não declarativas envolvem lembranças geralmente inconscientes de habilidades motoras ou cognitivas (memória procedural), como andar de bicicleta ou dirigir, e memórias adquiridas e evocadas por meio de dicas (priming) implícitas, como fragmentos de imagens, gestos e odores que amplificam a identificação de objetos ou palavras específicas.


OPERAÇÕES


Os processos de memória, em geral, podem ser classificados em três importantes operações: aquisição, armazenamento e recuperação.

A aquisição da informação refere-se ao processo de aprendizagem de fatos ou eventos que são transformados (ou codificados) de forma que seja possível compreendê-los.

Uma vez adquirida, essa informação precisa ser armazenada na memória durante o período de retenção até que seja necessário recuperá-la.

O processo de recuperação (ou lembrança) pode ser por meio de duas formas: recordação ou reconhecimento.

A recordação pode ser livre, ou seja, contar os fatos com as próprias palavras, ou com pistas, como ter a primeira sílaba e precisar inferir o restante. Um terceiro tipo de recordação é aquele que requer lembrança de informação em sequência, como a ordem dos planetas ou dos elementos da tabela periódica.

Já o reconhecimento pode ser de escolha simples, ou seja, identificar uma opção que é verdadeira ou, ainda, de escolha múltipla, em que diversas opções podem estar corretas.


PERDAS E DISTORÇÕES


A memória, no entanto, está sujeita a perdas e distorções ou falsas memórias. Em geral, as pessoas só percebem seu importante papel no momento em que esquecem uma informação necessária ou a recuperam de forma diferente dos demais.

As imperfeições da memória servem como aviso de que não se pode confiar cegamente nela. Nem por isso, o sistema de memória deve ser encarado como defeituoso e sem solução.



LEITURA


Psicologia cognitiva: teoria, modelos e aplicações
O livro “Psicologia cognitiva: teoria, modelos e aplicações”, organizado pelos psicólogos Gustavo Gauer e Luciana Karine de Souza e publicado pela Sinopsys Editora, oferece conteúdo produzido por autores brasileiros representativos da consolidação da área no país, como professores e pesquisadores atuantes.

Os temas são tratados de uma maneira voltada às expectativas da realidade nacional no ensino de processos psicológicos básicos (PPBs) na graduação e pós-graduação.

A obra apresenta questões cruciais sobre teoria e epistemologia da ciência cognitiva, modelos fundamentais de PPBs, incluindo diferentes sistemas de memória, resolução de problemas e tomada de decisão, assim como relações com outros campos psicológicos, de domínios correlatos, como desenvolvimento, personalidade e terapias cognitivo-comportamentais.

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Tags

Psicologia cognitiva, filosofia, neurociência, cognição, TCC, memória, memórias autobiográficas, memórias declarativas, perdas de memória, distorções de memória

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