Exposição gradual: seu professor já falou a respeito?
16 de Maio de 2023
A exposição gradual é um tipo de terapia cognitivo-comportamental que tem como objetivo abordar a situação temida a fim de eliminar medos.
A maioria desses medos é excessiva e geralmente não corresponde ao perigo real que a situação teria se acontecesse. Além disso, eles afetam a funcionalidade da pessoa no seu cotidiano.
Embora seja especialmente conhecida por sua eficácia no tratamento de todos os tipos de fobias, a exposição gradual pode ser usada em ampla gama de transtornos, como alimentares, do estresse pós-traumático, obsessivo-compulsivo, do pânico, ansiedade generalizada e hipocondria.
FRENTE A FRENTE
Trata-se de uma técnica básica (mas poderosa) que baseia sua operação em colocar a pessoa frente a frente com os estímulos que ela teme.
Essa exposição geralmente é graduada e controlada de maneira que o processo não seja excessivo para o paciente, seguindo uma hierarquia na qual ele é exposto a diferentes estímulos até que o nível de ansiedade seja reduzido progressivamente e se torne imperceptível.
Para que a terapia de exposição gradual seja eficaz, a pessoa deve permanecer na situação até que a ansiedade diminua ou até que descubra que as consequências negativas que sua mente imagina não ocorram.
VARIANTES
Ainda que a graduação seja recomendada, também é possível que a exposição ocorra de maneira mais imediata ao estímulo, como uma implosão ou inundação. O ritmo depende das preferências e possibilidades do paciente e como reage.
Existem variantes da exposição gradual e ela pode ser aplicada ao vivo, na imaginação e até por meio da realidade virtual.
Técnicas de relaxamento, como a respiração diafragmática, são elementos de grande utilidade e frequentemente usados para reduzir o nível de ansiedade de forma incorporada à terapia de exposição gradual.
Seu uso se limita a diminuir o nível de tensão antes da exposição a estímulo fóbico nos casos em que a ansiedade é excessiva para o paciente.
DIFERENTES EXPLICAÇÕES
Existem explicações diferentes sobre como a terapia de exposição gradual funciona. Uma delas é a da extinção, ou seja, como os estímulos temidos não são seguidos por consequências negativas, há o desaparecimento das respostas de ansiedade.
Outra explicação é a da habituação, ou seja, a diminuição da ativação emocional e fisiológica após o estímulo temido aparecer várias vezes. Em outras palavras, o corpo se cansa de permanecer em altos níveis de ansiedade e, em algum momento, ela é reduzida.
Também acredita-se que a exposição gradual está relacionada ao aumento das expectativas de autoeficácia, ou seja, da confiança na capacidade de enfrentar o estímulo temido.
Ainda entre as possíveis explicações, está a redução de interpretações ameaçadoras, que ocorrem quando o paciente percebe que o que é temido não acontece.
No que diz respeito ao processamento emocional, entende-se que a pessoa muda seus esquemas cognitivos sobre o que tem medo, estabelecendo novas memórias e pensamentos que são inconsistentes com as ideias que sustentavam o medo.
Mais uma explicação é a de aceitação emocional, ou seja, o paciente assume e passa a tolerar estados emocionais e sensações somáticas negativas sem fugir deles ou tentar controlá-los.