Educação para aposentadoria: formatos de programas
12 de Fevereiro de 2025
Os programas de educação para aposentadoria são medidas de prevenção e promoção da saúde física e mental dos trabalhadores e de valorização daqueles que estão próximos de se aposentar, bem como, indiretamente, de todos os trabalhadores que observam o cuidado da empresa ao oferecer uma preparação para essa fase da vida.
O assunto é abordado no livro ‘Programas de educação para aposentadoria: como planejar, implementar e avaliar’, que apresenta os fundamentos conceituais da prevenção e da promoção da saúde mental e das políticas sobre educação para aposentadoria e envelhecimento ativo.
Também evidencia diferentes estratégias e formatos de intervenção que podem compor programas de educação para aposentadoria, tais como intervenções breves, intensivas e continuadas.
Organizada pelas psicólogas Sheila Giardini Murta, Cristineide Leandro-França e Juliana Seidl e publicada pela Sinopsys Editora, a obra destina-se a estudantes, profissionais e pesquisadores das áreas de psicologia, educação, saúde, administração, gestão de pessoas, gestão de políticas públicas e afins.
Objetivo
Conforme o livro, o principal objetivo desses programas de educação para aposentadoria é possibilitar um espaço no qual os profissionais possam refletir, discutir, compartilhar e construir seus projetos para esse momento.
Ou seja, não apenas as empresas e as equipes de trabalho, mas também os indivíduos podem e devem traçar seus objetivos, suas metas e estratégias – pessoais e profissionais – diante da proximidade da aposentadoria. Tal planejamento é fundamental para se viver bem essa etapa.
Com base nesses pressupostos, diferentes formatos de programas de educação para aposentadoria podem ser colocados em prática a depender de diferentes critérios, tais como objetivos da intervenção, número e duração dos encontros, seleção de participantes, temas abordados e composição da equipe de facilitadores.
Intervenção continuada
A intervenção continuada, por exemplo, refere-se àqueles programas de educação para aposentadoria com sessões distribuídas ao longo de um período maior de tempo, geralmente de oito a 20 encontros, com periodicidade semanal, quinzenal ou mensal.
Essa modalidade, por um lado, requer maior disponibilidade de engajamento dos participantes e dos facilitadores. Por outro, facilita a ocorrência de discussões, trocas e vivências mais aprofundadas.
Entre os objetivos, está possibilitar o autoconhecimento dos participantes sobre suas metas, suas crenças, seus valores e suas escolhas; assim como oferecer informação atualizada acerca de temas como saúde, planejamento financeiro, família, entre outras esferas da vida, para ajudá-los a identificarem como estão cuidando de cada uma delas.
Outras duas metas são apresentar uma perspectiva da aposentadoria como liberdade, oportunidade e recomeço e promover o bem-estar, a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores a fim de que eles vivenciem uma aposentadoria bem-sucedida no futuro.
Intervenção breve
Em função do grande investimento de tempo necessário para a condução e/ou participação em intervenções continuadas, nem sempre elas são viáveis às organizações. Assim, as intervenções de curta duração constituem um formato alternativo a ser considerado, seja como estratégia complementar, seja como estratégia isolada.
A intervenção breve é caracterizada como uma ação terapêutica preventiva de curta duração, aplicada no formato individual ou grupal, com duração de um a três encontros aproximadamente.
Ao planejarem a intervenção breve, os profissionais devem ficar atentos à inclusão de alguns elementos representados pelo acróstico em inglês frames (quadros): feedback (retorno), responsability (responsabilidade), advice (aconselhamento), menu of options (menu de opções), empathy (empatia) e self-efficacy (autoeficácia).
Intervenção intensiva
Um terceiro possível formato de intervenção em educação para aposentadoria é a intensiva, cuja característica central consiste na sua oferta em regime de imersão, ou seja, de modo concentrado. Por exemplo, quatro dias consecutivos de oito horas, totalizando 32 horas de programa.
Pode-se adotar o mesmo conteúdo e as mesmas técnicas – informativas e/ou vivenciais – das intervenções continuadas. Entretanto, como inexiste um intervalo frequente e próximo entre sessões que permita uma assimilação gradual e processual do conteúdo, é sugerido que as intervenções intensivas sejam divididas em fases.
Dessa forma, algum tempo após a primeira fase, devem ser feitos novos encontros para promover o amadurecimento dos assuntos discutidos naquele momento. E para o intervalo entre uma fase e outra, é recomendada a execução de tarefas teóricas ou práticas em casa para internalização de conceitos e estímulo ao processo de mudança.