Dia Internacional do TDAH: informação e conscientização
10 de Julho de 2024
O Dia Internacional do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é celebrado em 13 de julho com o objetivo de informar e conscientizar a sociedade sobre essa condição que afeta crianças, adolescentes e adultos em todo o mundo.
Segundo informações do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 5ª edição revisada (DSM-5-TR), o TDAH tem origem na infância e seu diagnóstico deve considerar o surgimento dos sintomas antes dos 12 anos em, pelo menos, dois contextos: no ambiente familiar e na escola.
Ainda de acordo com o manual, a ocorrência do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade está estimada em cerca de 7,2% das crianças no mundo todo, com maior prevalência entre os meninos.
Um transtorno do neurodesenvolvimento, o TDAH é identificado pela manifestação de um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade muito acima do que seria esperado para a idade.
A intensidade e a frequência dos sintomas podem prejudicar os funcionamentos escolar, social e familiar dos indivíduos e durar para sempre se o transtorno não for identificado corretamente o quanto antes e acompanhado por profissionais capacitados.
Sintomas
Para definição diagnóstica do TDAH, o indivíduo deve apresentar, pelo menos, seis dos nove sinais de desatenção e/ou, pelo menos, seis dos nove sinais de hiperatividade nos últimos seis meses em, pelo menos, dois contextos.
A lista inclui dificuldades em prestar atenção a detalhes ou cometer erros por desatenção nas atividades de casa ou da escola; problemas em manter a atenção em tarefas tanto de lazer quanto de obrigações; hábito de não ouvir quando se fala diretamente com a pessoa; dificuldades em seguir instruções até o fim, além de não terminar as atividades.
Também engloba falhas recorrentes em organização de tarefas e atividades; evitação ou recusa por se envolver em tarefas que requerem esforço cognitivo contínuo; perda de objetos necessários para atividades (brinquedos, material escolar); perda do foco de atenção (distrair-se) com facilidade por barulhos externos; e problemas para se lembrar de atividades diárias.
Outros sintomas são hábito de mexer ou balançar mãos e pés enquanto sentado na cadeira; hábito de sair do lugar ou da cadeira em situações em que deve ficar sentado; hábito de se movimentar demais ou correr de um lado para o outro em momentos inapropriados.
Ainda na lista, estão dificuldades para brincar ou se manter calmamente em atividades de lazer; muita agitação comportamental, como se estivesse com um motor ligado; hábito de falar excessivamente; hábito de responder perguntas antes de serem terminadas; dificuldades para aguardar sua vez; e hábito de interromper os outros em atividades ou conversas.
Causas
Pesquisas revelam que a principal causa do TDAH está consistentemente associada a fatores genéticos. Áreas cerebrais específicas, como a região frontal direita, o córtex pré-frontal, as regiões límbicas e o cerebelo, desempenham um papel importante na regulação da atenção.
Fatores de risco ambientais também podem influenciar o desenvolvimento do transtorno. Alguns exemplos são: estresse materno, fumo durante a gestação, baixo peso ao nascimento (fatores pré e perinatais), deficiência de nutrientes (dieta), exposição a pesticidas (toxinas ambientais) e adversidades familiares (problemas psicossociais).
Tratamentos
Os tratamentos mais indicados para o TDAH são os medicamentosos, a psicoterapia e o acompanhamento psicopedagógico. Como se sabe, esse transtorno pode vir acompanhamento de comorbidades, como alterações de linguagem, problemas psicomotores e alterações sensoriais.
Portanto, após uma investigação neuropsicológica completa e detalhada, podem ser recomendadas terapias fonoaudiológica, ocupacional e psicomotora como acompanhamentos coadjuvantes.
Leitura
O livro ‘Alice no país do TDAH: identificação e intervenção precoces’ conta a história de Alice, uma menina que tem TDAH com muito H. Para uso clínico, familiar e escolar com crianças a partir de 4 anos, tem autoria da psicóloga Patrícia Oliveira e publicação pela Sinopsys Editora.
De maneira divertida e didática, a obra contribui para a identificação e o tratamento precoces desse transtorno do neurodesenvolvimento, fatores que resultam em maior eficácia na intervenção, assim como na prevenção de riscos futuros. Ao mesmo tempo, auxilia as famílias e os profissionais de educação e da saúde a abordarem o assunto de forma leve com a garotada.