Como a pessoa com TAG costuma pensar, sentir e se comportar?

A principal característica definidora do transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é a preocupação excessiva ou pensar repetidamente sobre os piores cenários envolvendo possíveis eventos futuros.

Estudos apontam que o conteúdo dessas preocupações não difere entre os indivíduos com TAG e os que não fecham critérios para ele, exceto pelo fato de que as pessoas com o transtorno alegam preocupações com temas diversos, principalmente questões mais simples.

Além disso, indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada apresentam dificuldades de interromper os pensamentos automáticos depois que eles iniciam ou quando um pensamento leva a outros.

Entende-se que quem tem TAG desenvolve o hábito da preocupação, antecipando perigos e possíveis ameaças. Esses hábitos adquiridos são reforçados por meio da repetição e do reforço das consequências.

Em diversas situações, as pessoas se preocupam com todas as variáveis e os possíveis imprevistos que podem surgir, mas, com frequência, nada tão horrível acontece. É onde entra o reforço negativo, ou seja, é confirmada a ideia de que é preciso sempre se preocupar para que tudo ocorra de maneira perfeita.

Sendo assim, a preocupação exerce um papel de evitação no TAG, pois o indivíduo entende que, por meio dela, há uma redução da probabilidade de ocorrência de eventos negativos, ou seja, na medida que ele se preocupa, evita que situações ruins aconteçam.

Da mesma forma, enquanto o sujeito se preocupa, ocorre uma distração referente aos temas emocionalmente difíceis, uma evitação habitual de experiências internas, como se a preocupação agisse como uma anestésico para emoções negativas.

As pessoas com transtorno de ansiedade generalizada associam suas emoções como medo, ansiedade, raiva e mesmo a preocupação a características pessoais negativas, o que as faz tentar suprimir ou evitar o contato com elas, ocasionando uma variedade de comportamentos disfuncionais.

Esses comportamentos ou estratégias comportamentais, mesmo sendo problemáticos, muitas vezes provocam o alívio, em curto prazo, das emoções negativas.

Ao se envolver com diversas atividades, criar listas de demandas, organizar tudo o que deve fazer, cumprir todos seus afazeres, o indivíduo se envolve em um nível cognitivo e operacional, mas não em nível emocional.

O modelo cognitivo do TAG propõe que as principais características que mantêm o transtorno são: intolerância à incerteza, crenças positivas sobre a preocupação, orientação negativa a problemas e evitação cognitiva.

As crenças sobre incerteza são aquelas que facilitam o desenvolvimento e a manutenção do transtorno. A preocupação é entendida como algo que tem uma função positiva em termos de redução da incerteza, antecipação e preparação para todos os possíveis desfechos.

O livro "O que você precisa saber sobre TAG e tem medo de perguntar?", de autoria da psicóloga Francine Guimarães Gonçalves e publicado pela Sinopsys Editora, tem como objetivo psicoeducar o leitor sobre o transtorno de ansiedade generalizada.

Com linguagem clara, objetiva e acessível a todos que tenham interesse em entender um pouco mais sobre o tema, são abordados tópicos que se referem a caracterização do transtorno, sintomas, consequências, ferramentas de manejo e possibilidades de tratamento.

A obra faz parte da coleção "O que você precisa saber e tem medo de perguntar", que visa a esclarecer aspectos relacionados a transtornos mentais para não especialistas. Caracteriza-se por sua linguagem clara, objetiva e acessível ao público geral.