Bullying: o que é e como se caracteriza?

O bullying é estabelecido por meio de atos, palavras ou comportamentos intencionais, repetitivos e dolorosos contra a mesma vítima num período prolongado de tempo e com ausência de motivos que justifiquem os ataques.

Essas ações repetitivas são comumente: apelidar, ofender, humilhar, intimidar, constranger, discriminar, amedrontar, excluir, perseguir, chantagear, empurrar, ameaçar, ferir, furtar e roubar.

O bullying é caracterizado por uma ampla variedade de comportamentos que têm impacto em diversos aspectos de uma pessoa, como o corpo, os sentimentos, os relacionamentos, a reputação e o status social.

Ocorre por meio de maus-tratos físicos, verbais, morais, sexuais, psicológicos, materiais e virtuais. Raramente, no entanto, o alvo recebe apenas um tipo de ataque, pois, geralmente, o autor atinge a vítima de diferentes maneiras.

Sendo assim, o bullying é um problema epidêmico e destrutivo que pode ser considerado um assunto de saúde pública, pois envolve um número maior de crianças e adolescentes a cada dia.

O bullying geralmente se dá quando um ou mais indivíduos escolhem outra pessoa como vítima, um “bode expiatório”, e sobre ela exercem atitudes agressivas e ameaçadoras. Isso é feito em locais onde não há grande presença de adultos, como pátios, escadas, vestiários e estacionamentos.

Os envolvidos são classificados em quatro categorias: alvos (ou vítimas), alvos/autores, autores e testemunhas.

Os alvos, na maioria das vezes, são pessoas tímidas, passivas e submissas, sendo consideradas “diferentes”. Todavia, outras questões, como diferenças de raças, religião, orientação sexual e maneira de se vestir, também podem identificar situações de bullying.

O bullying pode ser classificado como direto ou indireto. O direto é quando as vítimas são atacadas diretamente, ou seja, são ataques abertos, como socos e empurrões, ofensas em público e exclusão.

O indireto é praticado na ausência das vítimas: o autor espalha boatos negativos ou maliciosos a respeito da vítima. É o mais difícil de identificar e comprovar e, com isso, sua gravidade tende a ser subestimada.

Ao abordar a questão do bullying, também é preciso salientar a existência do mobbing, que se refere ao abuso de poder entre adultos no ambiente de trabalho. Trata-se do assédio moral que ocorre entre colegas ou entre funcionários e chefes.

Está relacionado a um comportamento ofensivo, humilhante, que desqualifica e desmoraliza de forma perversa o colega ou o subordinado.

No trabalho, o bullying pode ocorrer pela atribuição de tarefas pouco profissionais ou áreas indesejáveis no local de trabalho, além de negativa de férias ou feriados, entre outros.

O livro “Bullying: avaliação e intervenção em terapia cognitivo-comportamental”, publicado pela Sinopsys Editora e organizado pelos psicólogos Vinícius Guimarães Dornelles e Cristina Würdig Sayago, é dividido em dois eixos centrais.

O primeiro versa sobre o bullying e as variáveis relacionadas, promovendo uma ampla investigação sobre o que é o fenômeno, as formas diferentes que assume, os papéis envolvidos, variáveis biológicas e genéticas da agressividade e da competitividade, as principais consequências e as psicopatologias associadas.

Já o segundo eixo aborda questões relacionadas à intervenção dentro da abordagem cognitivo-comportamental, tratando de temas como avaliação de crianças e adolescentes em situação de bullying, intervenção clínica em crianças e adolescentes envolvidos e aplicação de intervenções preventivas em escolas.