As terapias cognitivo-comportamentais
10 de Fevereiro de 2022
As terapias cognitivo-comportamentais (TCCs) são abordagens psicológicas baseadas em princípios científicos e cuja investigação tem mostrado serem eficazes num largo espectro de problemas psicológicos e físicos, podendo ser utilizadas com crianças, adolescentes e adultos.
Hoje são tratamento de primeira escolha para diversos transtornos mentais, entre eles, depressão, pânico, fobias, estresse pós-traumático, uso de substâncias, distúrbios alimentares e bipolaridade.
Também auxiliam na melhora de problemas associados a dificuldades de aprendizagem e no combate à dor crônica e aos sintomas da síndrome de fadiga crônica e de problemas gerais de saúde.
PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS
As terapias cognitivo-comportamentais utilizam o conceito da estrutura biopsicossocial na determinação e compreensão dos fenômenos relativos à psicologia, no entanto constituem-se como abordagens que focalizam o trabalho sobre os fatores cognitivos da patologia.
Assim, têm como objeto de estudo principal a natureza e a função dos aspectos cognitivos, ou seja, o processamento de informação, que é o ato de atribuir significado a algo.
Em outras palavras, as terapias cognitivo-comportamentais focam-se nos pensamentos disfuncionais que resultam em sintomas emocionais, comportamentais e fisiológicos prejudiciais ao funcionamento das pessoas no dia a dia e à sua qualidade de vida.
TRABALHO CONJUNTO
Com base na compreensão dos problemas de cada indivíduo, terapeuta e paciente trabalham em conjunto no sentido de identificar os objetivos da terapia e concordar com um plano de tratamento partilhado.
Empáticas, integrativas, estruturadas e sensíveis ao tempo, as TCCs, habitualmente, incidem sobre as dificuldades no aqui e agora e conduzem à definição de objetivos terapêuticos personalizados e de estratégias que são continuamente monitoradas e avaliadas.
SOLUÇÕES
O foco das TCCs está em capacitar o sujeito a conceber soluções para seus problemas que sejam mais úteis e adaptativas do que a sua forma habitual de lidar com essas adversidades.
Com frequência, isso implica que a pessoa use o tempo entre as sessões para experimentar nos contextos as novas soluções.
Essa mudança cognitiva e comportamental conduz à melhora dos sintomas e do funcionamento pessoal.
TÉCNICAS
Outro importante princípio das terapias cognitivo-comportamentais é o uso de técnicas para mudar o pensamento e, consequentemente, os sintomas emocionais, fisiológicos e comportamentais do indivíduo.
Uma dessas técnicas é o questionamento socrático, que auxilia o paciente a fazer descobertas sobre a estrutura do seu pensamento, flexibilizá-lo e mudar crenças rígidas sobre si mesmo, os outros e o ambiente. Por meio de questionamentos, o terapeuta conduz o indivíduo para que ele mesmo faça a descoberta - descoberta guiada.
Outra técnica das TCCs é o registro dos pensamentos disfuncionais. Nesse caso, o profissional solicita ao indivíduo que registre a situação, sua interpretação da mesma (pensamento automático), as emoções e os comportamentos decorrentes dessa situação e interpretação.
Já nas técnicas de relaxamento, o terapeuta ensina técnicas de respiração e relaxamento muscular para que o paciente consiga regularizar suas sensações, se perceber e conquistar o autocontrole em momentos de crise.
Por sua vez, o treino de habilidades sociais consiste na simulação de cenas e cenários para que o indivíduo consiga desenvolver e expressar competências sociais com o objetivo de estendê-las à sua rotina.
Ainda na lista de técnicas das terapias cognitivo-comportamentais está a dessensibilização sistemática. Muito utilizada no tratamento de fobias e síndrome do pânico, consiste na exposição gradual, segura e guiada da pessoa aos elementos que lhe causam medo.