A psicoterapia analítica funcional na prática
14 de Junho de 2022
Na psicoterapia analítica funcional (FAP, do inglês functional analytic psychotherapy), o processo de mudança é essencialmente influenciar os comportamentos clinicamente relevantes (CCRs) à medida que ocorrem no processo terapêutico.
Os objetivos da FAP são diminuir a frequência de CCR1 — comportamento-problema — e aumentar a frequência de CCR2 — melhora em relação a esse comportamento.
Momento a momento, o processo da psicoterapia analítica funcional é guiado pelo pensamento funcional e ocorre por meio de suas cinco regras básicas: observar o CCR, evocar o CCR, reforçar o CCR2, observar seu efeito e prover estratégias de generalização.
TERAPEUTA
Os comportamentos do terapeuta são parte igualmente importante do processo terapêutico na psicoterapia analítica funcional. Tudo o que ele faz na terapia tem uma função para si e terá uma função para seu cliente.
Em paralelo à terminologia para os comportamentos do paciente, os comportamentos do terapeuta que interferem no processo terapêutico são conhecidos como T1, ao passo que aqueles que apoiam o processo terapêutico são conhecidos como T2.
Assim como os CCRs, os comportamentos T1 e T2 são definidos com base em como eles funcionam para o terapeuta e seu cliente na terapia. É possível, portanto, ter diferentes T1 e T2 com pacientes distintos.
PROCESSO PARTICIPATIVO
A análise funcional, método central de avaliação da FAP, pode assumir uma variedade de formas. Ela pode ocorrer em uma avaliação mais estruturada ou mais casualmente, espalhando-se por muitas sessões. Pode ser incrivelmente técnica e detalhada ou pode ser bastante solta e aparentemente conversacional.
Na psicoterapia analítica funcional, os terapeutas discutem as suas análises funcionais e formulação de casos com os clientes e os incluem no desenvolvimento da formulação de tanto quanto possível. Isso os ajuda a começarem a perceber como várias funções aparecem na vida fora da sessão.
Quando os pacientes estão cientes do paralelo entre seus comportamentos dentro e fora da sessão e conseguem observar seus CCRs no momento, eles podem perceber o progresso que estão tendo na terapia e como isso pode ser significativo e útil em outros contextos.
LITERATURA
O assunto é aprofundado no livro "Psicoterapia analítica funcional descomplicada - Guia prático para relações terapêuticas". Dos autores Gareth Holman, Jonathan Kanter, Mavis Tsai e Robert Kohlenberg, foi traduzido para a língua portuguesa pela Sinopsys Editora.
A obra oferece uma introdução aos fundamentos conceituais e à prática clínica da FAP com ênfase em cenários clínicos práticos. Com ela, o terapeuta aprende a equilibrar autenticidade com estratégia e conceituação de caso para tornar seus relacionamentos terapêuticos mais compassivos, flexíveis e eficazes.